Já não preciso de rir.
Os
dedos longos do medo
largaram
minha fronte.
E
as vagas do sofrimento me arrastaram
para
o centro do redemoinho da grande força,
que
agira flui, feroz, dentro e fora de mim...
Já
não tenho medo de escalar os cimos
onde
o ar limpo e fino pesa para fora,
e
nem de deixar escorrer a força dos meus músculos,
e
deitar-me na lama, o pensamento opiado...
Deixo
que o inevitável dance, ao meu redor,
a
dança das espadas de todos os momentos.
E
deveria rir, se me restasse o riso,
das
tormentas que pouparam as furnas da minha alma,
dos
desastres que erraram o alvo do meu corpo...
Guimarães Rosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário