domingo, 2 de outubro de 2011

Suposto

michael.dweck
Quando o coração vira o invisível do corpo
talvez seja melhor parar suas pulsações, respirar o visível esforço e cantar.
Aqueles que sugerem canções áleas transportam escadas no punho.
São pessoas alegres e tristes. Especialistas da incompreensão.

Tenho uma confissão: franjas conturbadas ao vento, ora nó ora ondas, estão seguras na caixinha de música.
É o desejo no outro, cheio de sombras e fogo.
Tenho também muito sono, mas aguento firme.
Não devo perder o bonde.
O maquinista parece ter um segredo para me contar.
Suporto a largura dos prédios, escondida atrás do seu sorriso,
apenas porque sou bicho, às vezes ainda onça.

Hay de amar: greves, o instante e as marchas.
Prefira o comentário das flores,
mas comungue com os defeitos dos homens.
Eu sou assim, uma mulher fora do lugar.
Espero ser perdoada pelos deuses.

Não tenho escolha, meu sangue é vermelho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário