Tracey Emin |
Gigante descansa depois
da refeição.
Sequestrou
bem rápido a retina da nova mulher que de início esperneou,
mas
logo soube divisar a maré das horas inevitáveis e profundas.
No
exílio foi possível trocar de calendário, de calcinha e abdômen.
Soberbo,
ela não chorou.
Só
trouxe suas coisas aos bocados e se instalou no meu armário e ossos.
Trocou
o cheiro dos meus sabonetes.
Pela
manhã não espera que eu a lamba. Já conta sonhos estranhos.
Desenha
minhas narinas do gosto acre de seu hálito vespertino.
Sugere
aos meus ouvidos devaneios caramelizados de suas horas de escuridão.
E
suas mãos sempre frias nas minhas,
nossas
mãos incrivelmente nuas e inocentes agora cativas dessa nova vida.
Inteiras
e reféns
E
cálice
Onde
sou gigante.
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