Turris eburnea.
Que
o poeta brutalista é o espeto do cão.
Seu
lar esburacado na lapa abrupta. Acolá ele vira onça
e
cutuca o mundo com vara curta.
O
mundo de dura crosta é de natural mudo,
e
o poeta é o anjo da guarda
___________do
santo do pau-oco.
Abre
os poros, pipoca as pálpebras, e, com a pá virada,
mija
em leque no cururu malocado na cruz da encruzilhada.
Cachaças
para capotar e enrascar-se em palpos de aranha.
Ó
mundo de surdas víboras sem papas nas línguas cindidas,
__________serpes,
serpentes,
já
que o poeta mimético se lambuza de mel silvestre,
carrega
antenas de gafanhoto mas não posa de profeta:
________________________"Ó
voz clamando no deserto."
Pois
eu, pitonisa, falo que ele, poeta,
_______não
permite que sua pele crie calo
dado
que o mundo é de áspera epiderme
_____________como
a casca rugosa de um fero rinoceronte
_____________ou
de um extrapoemático elefante
posto
que nas entranhas do poema os estofos do elefante
_______são
sedas
_______________delicadezas
______________________carências
de humano paquiderme.
É
o mundo ocluso e mouco amasiado ao poeta gris e oco.
Caatinga
de grotão seco atada à gamela de pirão pouco.
Suportar
a vaziez.
Suportar
a vaziez como um faquir que come sua própria fome
e,
sem embargo, destituído quiçá do usucapião e usufruto do tino
com
a debandada de qualquer noção de impresso prazo de jejum.
_____________Suportar
a vaziez.
_____________Suportar
a vaziez.
_____________Suportar
a vaziez.
Sem
fanfarras, o vazio não carece delas.
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