domingo, 5 de junho de 2011

Votos poéticos


Você, amor, acelera o tantan.
Na primeira estrofe,
caminha-se pelo palco temeroso do novo convite. 
Coragem, coragem
Enquanto finas raízes arrepiam camadas mais grossas do coração.
É preciso girar
E vocês giraram.
É preciso suar
e vocês suaram.
É preciso abrir janelas com paisagens de flores, de pedras, de limos, 
de paredões e cachoeiras,
de plantas carnívoras e estranhas espécimes em decomposição. 
Arrastar sombras que até mesmo retardam os passos em direção.
Mas a largura exata de seus braços,
na segunda estrofe,
ajeitou os versos que aceleram os sonhos dos homens. 
Largo na medida necessária da respiração.
Estreito para que ensaiassem as primeiras audições.
Nesse encontro um mundo insistente a crescer.
Um embrião de folhas estendidas para a alameda da paixão.
É quando se fazem ventos, estalos e redemoinhos,
como forças da natureza acertando o então vivido para um único refrão que faz TUM TUM.
Suas florestas em pretéritos acalmados
e colossais promessas debruçadas na cadencia da nova casa.
A boca finalmente liberta para o recomeço.
A terceira estrofe: o mundo grande e pequeno do amor cotidiano.
Se vocês estão aqui hoje
(Não só nessa festa), 
mas nessas mãos que se entrelaçam 
É porque sobre o caule do tempo, existe um desejo:
Aqui com essa mulher
Aqui com esse homem
Há a coragem do enfrentamento de se caminhar ao lado
Porque você, amor,
aveluda o assoalho íngreme e irregular da vida.

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