Entra o sol, gato
amarelo, e fica
à minha espreita, no
tapete claro.
Antes de abrir os olhos,
sei que o dia
Virá olhar-me por detrás
das árvores.
Ah! sentir-me ainda vivo
sobre a face da Terra
enquanto a vida me
devora...
Me espreguiço,
entredurmo... O anjo da luz espera-me
Como alguém que vigiasse
uma crisálida.
Pé ante pé, do leito,
aproxima-se um verso
para a canção de
despertar;
os ritmos do tráfego
vibram como uma cigarra,
a tua voz nas minhas
veias corre,
e alguns pedaços
coloridos do meu sonho
devem andar por esse ar,
perdidos...
Mario Quintana
Nenhum comentário:
Postar um comentário