Chorar
por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo
que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe,
pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram
comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém,
recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha
de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela,
como um cão com seu osso.
A
única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única
magia que existe é a nossa incompreensão.
Caio
Fernando Abreu
Em
Lixo e Purpurina
Nenhum comentário:
Postar um comentário