Esta língua não é minha,
qualquer
um percebe.
Quem
sabe maldigo mentiras,
vai
ver que só minto verdades.
...
Assim me falo, eu, mínima,
quem
sabe, eu sinto, mal sabe.
Esta
não é minha língua.
A
língua que eu falo trava
uma
canção longínqua,
a
voz, além, nem palavra.
O
dialeto que se usa
à
margem esquerda da frase,
eis
a fala que me lusa,
eu,
meio, eu dentro, eu, quase
Paulo
Leminski
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