Você é todo veludo,
aquátil sol e berço.
Munzuais moram na
umidade aderida ao seu sorriso.
Sumiu no mundo todos os
talvez,
súbito clarão no
corpóreo plâncton.
Preito maior são seus costões,
cobertos de anêmonas e
intenções.
Sim, segui sem velhos
nomes arrastada por seus presságios abissais.
No trajeto brotaram
escamas de areia no espelho.
Peguei meu vestido e
entreguei,
ao pescador de verso
implícito,
minhas formas raras
ainda brutas e impregnadas de náusea.
Você, tridente de
espuma, finalmente maresia, confessou meus horizontes.
Toda uma realidade que
transcende.
Nem contra o tédio
precisou investir. Suas marés me transferem.
Correntezas animam o
farol que me engole
Está perto e sentir
saudades é pista de arrebentação.
Dentros que se derretem
como visões praianas de Caymmi
Entre aquele pedacinho
acumulado de oceano e as fronteiras das gotas de sal,
jardim em contracorrente
onde acenam pérolas do mar.
Perante sua marinha
presença,
já não tenho medo da
corrosão concentrada do tempo.
É agora o mergulho para
não interromper os distúrbios das sereias
nem subtrair mistérios
de seus tentáculos recolhidos.
Até seus ríspidos
rochedos, seus nevoeiros azuis me adornam.
Meu colar de aguerridos
tráfegos.
O próprio ver
desenfreado.
Se não fosse teu curso,
me julgavas louca
Você pareou o
impossível,
Só porque pariu
Afrodite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário