Charles Spencelayh |
Sua intenção colonial quer me decifrar.
Diferente do costume das
histórias,
roma piedosa só conheço quando
pregada nos murais dos templos.
A verdade é que seu hábito é implacável
com minha carne,
não vacila em exigir minhas ilusões.
Talvez porque um dia recusei sua promessa
romântica,
que não aceita feminina a lâmina o meu
punhal,
acena-me, afinal, com suas persistentes
gerações de violência
também templos de
umbrais altos de onde mouros bordam cordas de éter
para enfrentar a queda.
Não sou um deus, mas me vingo.
Tenho minha ciência.
Fez-me um poeta lunático a desabrochar.
Então, não te toco no silêncio,
Se o fizesse, é possível que só
nos restasse pele.
Teríamos todo o verniz corroído pela
verdade.
Sentiríamos terror?
Paixão?
Isso me provoca dúvidas:
Tudo o que preciso está sobre
seus cacos?
Qual é razão de mostrarmos nossos
corpos?
Na quarto por cima de minha existência,
seu jogo é fazer de nossa união
uma festa lisérgica.
Durante certo tempo entorpece os gritos
de nossos espectros,
rege habilidosa a orquestra de nossos
desejos ímpares.
Mas se não temos tato,
no escuro,
as formas que podemos
esculpir são a nossa própria fotografia.
o que a memória evoca
são liberdades borradas.
Nosso olhar sempre nos persegue
Está certo.
Confesso,
estou sendo puritano.
É crível o sol aparecer
É possível buscar a melhor forma
de estar no mundo.
Em horas amenas encontrar-se
atemorizado com o outro nas bordas de pelejas gigantes.
Cada um em sua margem.
Sem telescópio. Sem
microscópio. Só bandeiras.
Ousadas línguas humanas a escalar Olimpos de
vontade.
Movidos da intuição de que não nascemos
sésseis.
De que ali, bem aqui,
não há impérios
São serranias fantásticas que nos
restituirão o passo
e no outro passo (e não no
outro)
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