quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Soneto sonhado
Meu tudo, minha amada e minha amiga,
Eis, compendiada toda num soneto,
A minha profissão de fé e afeto,
Que à confissão, posto aos teus pés, me obriga.
O que n'alma guardei de muito antiga
Experiência foi pena e ansiar inquieto.
Gosto pouco do amor ideal objeto
Só, e do amor só carnal não gosto miga.
O que há de melhor no amor é iluminância,
Mas, ai de nós! não vem de nós. Viria
De onde? Dos céus?... Dos longes de distância?...
Não te prometo os estos, a alegria,
A assunção...Mas em toda circunstância
Ser-te-ei sincero como a luz do dia.
Manuel Bandeira
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário