domingo, 25 de novembro de 2012

Coito abstrato


Jacek Yerka
Quero te comer agora.
Suas elipses róseas na boca do céu
antes de que a lua saia.
Vou me distrair nas suas costas.
Serei lá uma montanha firme.
É essa a paisagem que quero assistir:
Seu corpo sob o duro piso.
A úmida caverna.
As petulantes nádegas.
Antes que a lua saia te dar o céu do céu.
Descansar nas margens dos rios que escorrerão.
Não terás um gozo gris.
Só o abismo de flores.
Depois, requisitarei os teus peitos.
De lá
tirarei o sal para continuar a te contar histórias.
E assim, frente a frente, lembrarei melhor de sua boca.
Minha imaginária vulva.
Até a hora do gozo homicida
teremos muitas memórias de beijos para nos agarrar. 
Sobreviveremos juntos,

alucinados.





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