A rua em derredor era um
ruído incomum.
Longa,
magra, de luto e na dor majestosa,
Uma
mulher passou e com a mão faustosa
Erguendo,
balançando o festão e o debrum;
Nobre
e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu
bebia perdido em minha crispação
No
seu olhar, céu que germina o furacão,
A
doçura que embala e o frenesi que mata.
Um
relâmpago e após a noite! - Aérea beldade,
E
cujo olhar me fez renascer de repente,
Só
te verei um dia e já na eternidade?
Bem
longe, tarde, além, jamais provavelmente!
Não
sabes meu destino, eu não sei aonde vais,
Tu
que eu teria amado - e o sabias demais!
Baudelaire
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