Noites transversais de todos os meus sonhos que restaram. Encerra no olho um gesto indecifrável que faz calar o homem e chorar a moça. Ela realmente nunca entendeu nada. Nem pela manhã ou muito menos no meio da madrugada etílica. Queria te explicar tudo isso. Assim, talvez ela se aquiete e durma menos. Mas minha saliva secou no meio da frase e nessa fração de segundo ela sorriu e fugiu. Correu veloz por entre os musgos corados da noite e me deixou de garganta seca no meio de um bar sujo da cidade de minha memória. Também não sei porque eu não choro e digo até. Ela não volta? Ela não morre? Ela não chupa meus dedos? Sempre. Então, poeta de poemas sujos, deixa o ano invadir as paredes de seu cérebro. Agarra as gazelas douradas do Rio de Janeiro e lambe o bico de seus seios deliciosos. Que ela queime de todas as injúrias mal entendidas de seu espírito masculino. Melhor é aceitar a vida e seu cansaço. Acalentá-la em meus braços nos poucos instantes em que me permitir. Querida, me faça forte para acender mais um dia das suas loucas horas. Deixo o beijo de baixo da porta, até, aliás, drogas lentas vão guardadas entre as páginas do seu livro de cabeceira.
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