Qual é o preço da
experiência?
Os
homens a compram com uma canção?
Adquirem
sabedoria dançando nas ruas?
Não,
ela é comprada pelo preço
De
tudo que um homem possui, sua casa, sua esposa, seus filhos.
A
sabedoria é vendida num mercado sombrio onde ninguém vem comprar,
E
no campo infecundo que o fazendeiro ara em vão por seu pão.
É
fácil triunfar sob o sol do verão
E
na colheita cantar na carroça cheia de grão.
É
fácil falar de prudência aos aflitos,
Falar
das leis da prudência ao andarilho sem teto,
Ouvir
o grito faminto do corvo na estação invernal
Quando
o sangue vermelho mistura-se ao vinho e ao tutano do cordeiro
É
tão fácil sorrir diante da ira da natureza
Ouvir
o uivo do cão diante da porta no inverno, e o boi a mugir no matadouro;
Ver
um deus em cada brisa e uma bênção em cada tempestade.
Ouvir
o som do amor no raio que arrasa a casa do inimigo;
Rejubilar-se
diante da praga que cobre seu campo, e da doença que ceifa seus filhos,
Enquanto
nossas oliveiras e nosso vinho cantam e riem diante da porta,
e
nossos filhos nos trazem frutas e flores.
Então
o lamento e a dor estão quase esquecidos,
bem
como o escravo que gira o moinho,
E
o cativo acorrentado, o pobre prisioneiro, e o soldado no campo de batalha
Quando
os ossos rompidos deixam-no gemendo à espera da morte feliz.
É
fácil rejubilar-se sob a tenda da prosperidade:
Eu
poderia cantar e me rejubilar deste modo: mas eu não sou assim.
William
Blake
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