Escrevia no espaço.
Hoje,
grafo no tempo,
na
pele, na palma, na pétala,
luz
do momento.
Sôo
na dúvida que separa
o
silêncio de quem grita
do
escândalo que cala,
no
tempo, distância, praça,
que
a pausa, asa, leva
para
ir do percalço ao espasmo.
Eis
a voz, eis o deus, eis a fala,
eis
que a luz se acendeu na casa
e
não cabe mais na sala.
Paulo
Leminski
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