Pensamentos de folhagem nova avisam aos aflitos que primavera sempre vem.
Se é dia de chuva cinza,
vem supondo água mais presente do que derrame.
Está ali mesmo na morte de quem não partiu
lembrando-nos da necessidade da vida de quem ficou
– saciar a fome, produzir calor, aplacar o medo.
Em cada idade de um jeito e em sua precisão.
Se é de despedida a hora do corpo,
vem no sorriso moço da filha da filha.
Vem encurtando a distância entre outono e verão,
escalando janela em gomo de flor que tinta a retina na promessa do novo companheiro.
Em nosso passo apoucado esquecemos no frio que primavera tem precisão de existência.
Nosso olhar que é miudinho,
guardado nos ponteiros do relógio de bolso.
Olhamos o tempo em linha,
quando seu feitio é de roda
O tempo...
tem história de espalhar bum
É matéria de virar galáxia
Na gira, difícil é aceitar nosso destino de estrela.
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