sábado, 21 de novembro de 2009

Sete Janelas

Primeira: Janela da pele.
Órgão generoso do irmão corpo.
Pele de arder
Dilata quando pousas sua pele de cura na tez gelada de minhas fronteiras
Minhas pintinhas escorregam entre seus relevos ficando azuis
Bolas de gude idênticas àquelas mais almejadas pelas crianças

Segunda: Janela dos olhos,
Revela as lágrimas copiosas dos três dias
A mata dos seus olhos em meus próprios olhos
desvirando paisagens de prédios
na tela de suas íris

Terceira: Janela das mãos.
deixar quedar o afago de 100 milhões de anos que seus dedos traduzem
Dar-se em mãos no gesto de entrega

Quarta: Janela da boca,
Mais do que quente e molhada
Sagrada por ser mãe das palavras curtas e dos beijos longos.

Quinta:Janela do sexo
Carne em intenção de carne
Mineral de suas flores e chás,
Vegetal nos bichos que circulam apenas em seus jardins,
Animal dos seus cristais de esmeralda e quartzo.

Sexta: Janela do coração - Tão sereno

Sétima: Janela de cachoeira
Deixar-me plantar num grito toda esta água.
Infinitas canções de arco-íris.

Neste corpo tão grão,
Meu amor é pele, é olho, é mão, é boca, é sexo, é cachoeira
Tão aprendiz neste universo tão encantado que me rodeia e me é.

Nenhum comentário:

Postar um comentário