segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tempero do corpo


Território de memórias consumidas
aviam-se, na boca, dilúvios de saliva
é a língua, as amígdalas, os sisos e incisivos.
Cansadas batalhas do zigomático menor

Meu tímpano vibra ausente sua vontade.
Outrora,
quando já  era tarde.... suavam graves seus beijos distorcidos
Agora,
que o amanhã é a hora... agudas são as presentes assombrações

Seu desejo não navega minhas ilíacas
Do distendido ventre exala a carícia do último caju.
Eis o convite dos derrotados em minhas meninges.

O amor não pega em suas tripas,
Calaram-se as ondas gigantes do miocárdio
vou beber no lamento do samba.

Se faltam ainda noventa minutos para o fim do epitélio
Aprendes que coragem
não é
não ter medo no estômago
é justamente lançar-se
no mais que se teme
Ser assim,
realmente onça.
Ter na espinha sal, açúcar, pimenta

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