quinta-feira, 16 de maio de 2013

Borrar azul ou 0.3




Parece tolo convocar palavras para te explicar
o porque você é minha casa.
Talvez fosse mais certo simplesmente
manchar o lençol de azul
ou
mais belo
plantar um jardim em seus sapatos.
Mas sou
apenas um poeta menor.
Escrevo verso sem perícia e com sal.
Ao invés de imagens,
Dou o verbo.
Somos,
do mais ao acaso,
Corpo que pulsa.
Corpo que tem fome.
Corpo que se extingue.
Giroscópio universo- inter-atômico.
Diante dessa nuvem,
portanto,
nossa cosmoconsistência
Guarda-se
Realiza-se
Extrapola-se
apenas com a mão do outro.
Ser contigo é borrar de azul.
(Voltei à imagem,
pois há tantos que nenhuma palavra alcança
- berçário de estrelas perto do olho do Hubble -
bonita a imagem)
Aqui, no lar de suas escápulas,
mesmo sem ar
- quase uma versão abusada do sem medo do dar -
morar.
Assim, Ser Azul.
Alumiar azul,
entende? 
Torna-se claramente azul.
Amar.
Quando isso acontece,
encontrou sua casa.

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