quarta-feira, 5 de junho de 2013

 
Sergei Aparin


Nosso Profe. de latim, Mestre Aristeu, era magro
e do Piauí. 
Falou que estava cansado de genitivos,
dativos, ablativos e doutras desinências. 
Gostaria agora de escrever um livro. 
Usaria um idioma de larvas incendiadas.
 Epa! O profe. falseou-ciciou
um colega. Idioma de larvas incendiadas! 
Mestre Aristeu continuou: quisera uma linguagem que
obedecesse a desordem das falas infantis do que
as ordens gramaticais. 
Desfazer o normal há de ser uma norma.

Manoel de Barros, "Memórias Inventadas: A Segunda Infância"




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