quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Tome esse verso, Patti Lee!



Vendi meu verso por um bife de fígado.
Talvez me livrasse do tédio
ou da anemia
ou do suicídio.
 
Lembre-se, somos apenas mortais.
Era a placa sob o mundo cheio de cacarecos que me cercava.
Só os brindes do medicine man e um algumas de suas histórias
eram capazes de aquecer minhas mãos.
Nessas ocasiões, se tivesse sorte,
conseguia escrever.

Certa noite, mais uma dessas sem uma grama de sossego na cabeça,
Bordei no verso da calça:
Você não toca guitarra, funcionária.
Ele havia sonhado que cruzávamos com um homem de turbante e uma cabra,
enquanto descíamos a Monte Alegre.
Era evidente para mim.
Tratava-se de um sacrifício.
Eu arranjaria dinheiro,
Já que era bem mais fácil do que sair da caixinha de música.

Na parte interna do tempo,
posso firmar alguma intimidade.
Mas com os objetos, sou o fracasso do parquinho.
Acho o trabalho penoso
aquele de ser real.
Por isso, voltei para casa. Medicine man estava lá.
Aproveitei e perguntei. (Na verdade o que eu queria era um close).
Por que percorrer a estrada inteira?
Como você sabe que eu não morri?
Nós não temos a verdade para a aliança.
Eles são totalmente exigentes.
Ele podia falar essas coisas com propriedade e não parecer um pastor.

Um cofre, um cofre, um cofre... insisti.
Acho que é isso que eu sou.
Fui eu que trai.
É preciso acreditar na causa.
Só que eu não consigo me apegar o bastante.
O vestido arrastado pela estrada é dela...
Da poeta.
Levará muito tempo ainda para eu por em prática minha pele azul.







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