domingo, 20 de setembro de 2009

Navega

Você ilha.
Igual sabor de terra e de mar.
Rochedo escarpado de difícil subida.
Tantas plantas não qualificadas pelas esquadras colonizadoras do meu querer.
Algumas tenras, convidativas de minha escrita curiosa.
Tantas outras de urtiga.
E os bichos que saem de suas fendas...
São de qual tempo?
Não estão nos romances que li.
Viscosos na pontinha de seus rabos
Meu tato repele, rebate, rejeita,
Minha pele acolhe, aceita, fascina.
Quatro modos de pisar os cristais do seu chão:
Indicativo. Subjuntivo. Imperativo. Gerundial.
Quinze variações de passos.
Faltei ou dormi - não recordo -
o dia em que se aprende a escolher o calçado certo.

No mergulho mais visagens.
Variações de tom de luz, de pressão atmosférica, de temperatura,
de oxigênio dissolvido.
E nenhuma carta náutica.
Imita os mais bravos com suas estrelas.
Ondas de escalar e deslizar ora pedem aos músculos mais açúcar
Marasmos de acalmar e ressecar ora avisam que não adianta içar a vela.
Qual é a maré?
Pergunta pra lua, pro pescador, pro berbigão, pro cientista.
Marés, mistérios de imersão e submersão.
E o silêncio azul, verde, violeta, cinza, marrom,
negro de suas águas.

Achar bonito, uma das formas de te entender.

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