quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mãos dadas

Seu tempo é espaço.
O meu, mãos dadas.
Seu tempo tem tempo.
Atrasado, meu tempo.
Seu tempo descansa.
Meu tempo desperta
alvorada,
noite,
madrugada.
Exige a pena.
Você sabia que poesia te vira as horas?

Entre o leitor e o ferreiro há uma chama.
Em um aquece.
No outro arde.
É assim que dói.
Em ambos acende,
queima mais na mão do ferreiro.

Mas no tempo das baleias aprende-se,
não se vive sem dor,
leitor ou ferreiro.
Dor não é amargura.
Dor não é amargura.
Dor não é amargura.

Dói dar ao mundo uma criança.
Dói tutu quentinho de mãe.
Dói a mordida do amante.
Meu tempo dói em dó
em ré
em mim
em faz
em só

em si

Este tempo tem sido tempo de voar fora da asa
Sabia que dói?

Se faltar luz
e a máquina não acender
você terá sido só um sonho.

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