quarta-feira, 3 de março de 2010

O azul me descortina para o dia.
Durmo na beira da cor.
Vejo um ovo de anu atrás do outono.
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(eu tenho amanhecimentos precoces?)
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Cresce destroço em minhas aparências.
Nesse destroço finco uma açucena.
(É um cágado que empurra estas distâncias?)
A chuva se engalana em arcoiris.
Não sei mais calcular a cor das horas.
As coisas me ampliaram para menos.

Manoel de Barros – O livro das ignorãças

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