terça-feira, 9 de março de 2010

Sorvete

Se você não me dá,
caminho entre os desatinos de uma madrugada onde não há surpresas
escondo meu grito entre os goles de uma bebida que nada me doa
ou muito pouco para esta alma de infinito
todos os versos vão embrulhados para que você não me alcançe
aquele que se esconde entre a vaidade e o fim dos tempos
ser mulher é ser entre o descompasso e a reunião
mesmo assim amanhã o despertador há de tocar
e tudo será como uma bruma azeda
esquisita e de propósitos mudos
quem te ensinou ser tão covarde?
quem me ensinou a ter este coração tempestade?
vou caminhar,
vou dormir muitas horas,
vou beber muita água.
estes são propósitos daqueles que não esquecem de existir,
mesmo com a batida contínua do relógio.
vou morrer pra você agora.
fechar meus olhos de esmeralda
em amarelo ouro guardado no quarto de minha sobrinha.
amanhã ela não estará mais aqui,
ninguém há de notar sua perpétua ausência
eu mesma não ei de chorar
sua existência pequena.
seu acordo com mundo não valerá um tostão
Já a outra, se foi?
pergunte aos poetas
aqueles que fazem abrir todos os dias a porta
mesmo se a vontade é de desperança,
ou de comunhão com os homens
que constróem as casas.
viver renhido
encanta
e te nego meus versos
melados de tonterias.

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