sábado, 17 de outubro de 2009

Hoje descobri algo muito importante: o momento. A vivência do momento é o que me interessa como expressão viva, é a anti-arte na realidade, pois o eterno não conta. Não me refiro ao ato, que vai numa sucessão de momentos mas ao momento mesmo: um dia de sol, azul no inverno do Rio, deu-me mais vivência inesperada, uma subia emoção: não me interessa a reprodução destes momentos nem em palavras nem em “obras”, mas o momento ou a verificação futura dele por outrem. Ah! Ambição suprema. Fazer com que verificássemos o momento quando é grande, uma vivência importante apesar de fugaz, e não fazê-la meio para uma “obra” ou outra coisa qualquer.

9 de agosto de 1966

Hélio Oiticica

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